Na primeira estação, o poeta reflete sobre ele mesmo, enquanto sujeito e poeta, e extravasa em versos conteúdos múltiplos do fluxo da sua percepção de si próprio.
Na segunda, o poeta contempla a terra, geografia e imaginária onde vive. Essa terra é Minas Gerais. Não a terra oficial, formal e, sim, a terra com sua comida, seus modos de vestir, falar, cotidianizar. Minas Gerais com sua gente e seus costumes.
Na terceira estação, o poeta tropeça nas circunstâncias altamente complexas, freqüentemente indecifráveis, contraditórias, do tempo histórico que ele habita. O poeta e Minas Gerais são absorvidos no torvelinho desse tempo maior, e o poeta percebe-se atropelado por sua época.
Na quarta, ele não suporta as percepções recém descobertas e cai em angústia. Alegria, esperança e outras manifestações positivas vão sendo sugadas pelo redemoinho do desespero. O curto poema final torna o desespero inapelável.
Na sexta estação, ele descobre, aos poucos, luzes, caminhos, estéticas, ideias, atitudes que lhe permitem sonhar, ainda que ciente das grandes dificuldades. Surgem perspectivas, sentido. Ele sente que é possível extrair vida nesse universo em que se percebeu. Não há euforia, alegria fácil, mas abrem-se cortinas de palcos possíveis - caminhos.
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