Obras dos artistas premiados – André Komatsu, Laura Belém, Jonathas de Andrade, Paulo Nenflidio e Marcone Moreira – revelam novas
Crédito: Divulgação |
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Obra de Paulo Nenflidio que compõe a exposição itinerante do Prêmio CNI Sesi Marcantonio Vilaça para as artes plásticas |
vertentes da arte brasileira contemporânea
O Palácio das Artes, recebe a exposição itinerante do Prêmio CNI Sesi Marcantonio Vilaça para as artes plásticas que chega pela primeira vez a Belo Horizonte. A partir do dia 5 de abril, o público conhecerá os cinco vencedores da 4ª edição, que despontam como as promessas do cenário artístico brasileiro: André Komatsu (SP), Laura Belém (MG), Jonathas de Andrade (AL-PE), Paulo Nenflidio (SP) e Marcone Moreira (MA-PA).
Sediada na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard até 2 de junho, a mostra já passou pelo Rio de Janeiro e por Porto Alegre, Ribeirão Preto, Cuiabá, Macapá e Maceió. Ao todo, são 22 obras entre esculturas, criações sonoras, fotografias, instalações e desenhos. Na capital mineira, o evento conta com realização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Sesi, com apoio da Fiemg e o apoio cultural da Fundação Clóvis Salgado e Secretaria de Estado de Cultura.
Criado em 2004, pelo Sistema CNI-SESI, o Prêmio Marcantonio Vilaça busca apoiar artistas com trajetórias ainda não consolidadas, promover a difusão da arte e democratizar o acesso à produção contemporânea. A cada dois anos, cinco artistas são premiados e recebem bolsa de R$ 30 mil para desenvolvimento de trabalhos de pesquisa. O Prêmio proporciona, ainda, o acompanhamento de cada um dos artistas por um crítico de arte, a edição de catálogos bilíngues e a realização de mostra coletiva itinerante, que passa por sete cidades de todas as regiões brasileiras.
História do prêmio
Homenagem ao galerista pernambucano Marcantonio Vilaça (1962-2000), o Prêmio constitui-se numa das principais iniciativas de estímulo à arte no país. Além disso, tornou-se referência entre as mais importantes e concorridas premiações nacionais do gênero. Ao longo de sete anos, 2.532 propostas de artistas – das quais 20 já foram premiadas – passaram pela avaliação dos jurados. Cada edição bienal resulta na montagem da mostra coletiva, que percorre sete capitais de todas as regiões brasileiras, e na produção de dois catálogos bilíngues.
Esta quarta edição do Prêmio contou com júri de seleção formado por Fernando Oliva (Faculdades Santa Marcelina e FAAP – São Paulo), Grace Maria Machado de Freitas (Universidade de Brasília) e Josué Mattos (curador independente – Florianópolis). Já o júri de premiação foi composto por Bitu Cassundé (curador independente do Ceará), Laymert Garcia dos Santos (professor universitário da Unicamp – Campinas, SP), e Paulo Herkenhoff (curador independente – Rio de Janeiro).
OS ARTISTAS
André Komatsu, acompanhado por Paulo Herkenhoff: os desenhos, esculturas e instalações deste artista paulista discutem os sistemas de poder na sociedade, seja entre o objeto e sua representação, entre a matéria-prima e seu produto, entre o caos e sua ordem. São trabalhos reveladores que, a partir de pensamentos mínimos, aproximam, questionam e desmistificam a produção artística e sua relação com o espectador. André Komatsu acredita na utopia de que desorganizando pode se organizar.
Laura Belém, acompanhada por Rafael Vogt Maia Rosa: natural de Belo Horizonte, vive e trabalha na capital mineira. Em seus vídeos, instalações, fotografias e esculturas, a artista busca a reaproximação entre o espectador e seu entorno. Suas narrativas tratam da memória, dos gestos delicados, das políticas do dia a dia. Suas obras subvertem e potencializam a percepção dos objetos do cotidiano, das paisagens e dos sentimentos. Laura Belém busca reativar uma poesia que se deslocou, mas que sempre pode voltar, nas marés do coração.
Jonathas de Andrade, acompanhado por Paulo Herkenhoff: nascido em Maceió, mas residente em Pernambuco na atualidade, o artista apresenta fotografias, colagens, filmes e instalações realizados com economia de meios, para tratar dos fracassos das utopias – sejam elas políticas, estéticas, sociais, econômicas ou morais. Suas obras trabalham com as falhas da memória, com a dúvida entre a ficção e a realidade. Jonathas de Andrade lança um olhar crítico sobre o passado, na tentativa de compreender o que vem pela frente.
Marcone Moreira, acompanhado por Laymert Garcia dos Santos: o artista, que nasceu no Maranhão e hoje vive no Pará, concilia, em suas pinturas, fotografias, objetos e instalações, referências populares e eruditas, regionais e universais. Também passeia pelo suprematismo russo, pelo objet trouvé de Duchamp, pelos grafismos indígenas e pela cultura popular amazônica. Sobre as linhas concretas das carrocerias dos caminhões, ou nas curvas neoconcretas das canoas, Marcone Moreira desenhou seu caminho, certo de que vai chegar lá e de que vai voltar.
Paulo Nenflidio, acompanhado por Lisette Lagnado: os desenhos, esculturas e instalações de Nenflidio, nascido em São Bernardo do Campo, discutem questões que estão na ordem do dia. Energias alternativas (solar, eólica, hidráulica) e robótica são usadas na construção de trabalhos que podem ser ativados pela presença do espectador ou pela incidência de fenômenos da natureza, produzindo rara sinergia entre estética, política e ciência.
ENCONTRO DE FORMAÇÃO – PRÊMIO CNI SESI MARCANTONIO VILAÇA
Paralelamente à exposição, será realizado, no dia 5 de abril, de 13h30 às 17h30, na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, o Encontro de Formação – Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para as artes plásticas. O encontro pretende aproximar o universo das ações artísticas das práticas pedagógicas. As atividades voltam-se a professores, educadores, estudantes, artistas – e interessados em geral – com idade a partir de 18 anos. Além de certificado de participação, é disponibilizado material pedagógico com textos explicativos e propostas práticas.
Confira a programação:
Horário |
Atividade |
13h30 às 13h50 |
Jeff Keese, coordenador de produção e montagem da exposição Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas Apresentação sobre o prêmio |
13h50 às 14h20 |
Celso Fioravante, organizador do prêmio Apresentação sobre os artistas vencedores da 4ª edição do prêmio |
14h20 às 15h20 |
Laura Belém e Marcone Moreira,dois dos artistas premiados Apresentação sobre sua trajetória e obras |
15h40 às 17h00 |
Marcus Lontra, curador, atuou como diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage RJ e dos museus do Museu de Arte Moderna de Brasília e Arte Moderna do Rio de Janeiro além do Museu de Arte Moderna de Recife, também atuou como assessor especial do ministério da Cultura e como Secretário de Cultura de Nova Iguaçú. Palestra "A APLICAÇÃO DA ARTE CONTEMPORÂNEA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA” |
17h00 às 17h30 |
Debate |
MARCANTONIO VILLAÇA, O INCENTIVADOR DE TALENTOS
Marcantonio Vilaça foi uma das figuras mais relevantes das artes plásticas brasileiras nos últimos 20 anos. Com seu espírito empreendedor, contribuiu, de forma marcante, para a cultura nacional, não só por meio de incentivo aos jovens talentos, mas também pela abertura de novos espaços para a divulgação da arte brasileira no mercado internacional.
Nascido no Recife (PE), em 30 de agosto de 1962, e filho de Maria do Carmo e Marcos Vinicios Vilaça, o artista, ainda adolescente, adquiriu sua primeira obra de arte: uma xilogravura de Gilvan Samico. Em 1976, transferiu-se para Brasília, onde concluiu os estudos secundários e iniciou, na Universidade de Brasília, o curso de Direito – que concluiu na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Seu interesse por artes plásticas, contudo, logo se sobrepôs ao gosto pelas leis, levando-o, nos anos 1980, à direção da revista de arte Galeria.
Em 1990, já era o galerista da família, à frente da Pasárgada Arte Contemporânea, no Recife, fundada com a irmã Taciana Cecília Vilaça Bezerra. Em maio de 1992, com a sócia Karla Meneghel, inaugurou, em São Paulo, a galeria Camargo Vilaça, que logo se tornou a mais importante referência para a arte contemporânea brasileira nos anos 1990. Segundo o crítico e curador Paulo Herkenhoff, Marcantonio “era a voz mais autorizada do mercado de arte da América Latina”. O artista morreu, precocemente, no dia 10 de janeiro de 2000, aos 37 anos de idade, no Recife.
Serviço:
4ª Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça
Exposição Itinerante – Belo Horizonte
Entrada gratuita
Período: 5 de abril a 2 de junho de 2013
Abertura: 4 de abril, às 19h30
Local: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard - Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – BH).
Horário: Terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h
Informações: (31) 3236-7400 / fcs.mg.gov.br
Educativo Permanente
Agendamento de visitas pelo telefone 3236-7471.
Encontro de Formação em Arte Contemporânea
Público: professores, educadores, estudantes, artistas e interessados em geral com idade a partir de 18 anos.
Dia: 5 de abril de 2013
Local:Sala Juvenal Dias - Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 - Centro - BH)
Horário: 13h30 às 17h30
Inscrições: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 31-3263-4830 a partir do dia 20/03/13