Crédito: Paulo Lacerda/FCS
Em exposição no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, espaço da Fundação Clóvis Salgado, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, nos meses de abril e maio, a mostra Diálogos Imaginários reúne cinco trabalhos inéditos da pesquisa mais recente do artista Guilherme Cunha.
As obras apresentadas estão inseridas num campo específico de reflexões sobre a dinâmica e natureza da cognição humana – ação de converter percepções e impulsos sensoriais em conhecimento. A exposição pretende tratar a ação poética como mecanismo propulsor da energia imaginativa.
Na instalação chamada MICC – Módulo de Imersão para Comunicação Cardiónica, o artista propõe uma plataforma de diálogo sonoro, porém não verbal. O público é convidado a atuar como interlocutor da obra, com diálogos que não se dão por meio da voz, mas pelos sons emitidos pelos batimentos cardíacos.
Já com a obra intitulada Atmosfera Artificial, o artista pretende construir uma escultura feita de gás respirável, incolor, inodoro e insípido. O trabalho, que evita os apelos visuais, tácteis ou narrativos, será, ao longo da exposição, consumido pelo pulmão de cada visitante, unindo-se e atuando sobre eles em nível intracelular, passando a fazer parte da constituição molecular de seus corpos.
O vídeo Sinfonia neural #1, filmado na sala Sergio Magnani – espaço utilizado para os ensaios da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – apresenta o maestro Gabriel Rhein-Schirato regendo em silêncio o trecho Un bel dì vedremo da ópera Madame Butterfly, de Puccini. A música, neste caso, se apresenta como força potencial imaginativa conduzida pelo regente diretamente na mente do interlocutor da obra.
O conjunto de obras, especialmente produzidos para esta exposição, foi desenvolvido com o objetivo de se construir um ambiente laboratorial de experimentações poéticas, explorando diferentes aspectos das potências sensíveis e perceptivas do ser humano.
O catálogo da exposição que será lançado no dia 09 de maio, às 19h30, com conversa com o artista.