
Crédito: Asscom/SEC
Ontem (24/11) o dia foi de estreitamento de laços entre Minas e França. A Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Embaixada da França no Brasil, reuniu, no Palácio das Artes, artistas, produtores, gestores públicos, representantes da sociedade civil e do Governo de Minas e da França, para a realização do 1º Evento da Série Reflexões - Várias Culturas, Muitos Caminhos.
O encontro abordou as possibilidades de mútua cooperação entre agentes culturais mineiros e franceses, bem como propôs reflexões sobre os desafios da política pública de cultura local, nacional e internacional.
O ciclo de palestra teve início com a apresentação do modelo de gestão do Sistema Estadual de Cultura de Minas Gerais, realizada pela Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras. A Secretária ressaltou, na ocasião, a importância da gestão pública integrada das ações culturais e apontou os desafios para as políticas, que considerem a cultura como um fenômeno local e peculiar.
“Essa aproximação entre agentes culturais mineiros e franceses é primordial para a evolução das políticas culturais de Minas Gerais. A internacionalização da nossa cultura e a troca de experiências e tecnologias de gestão com expoentes desse setor francês é uma rara e valiosa oportunidade, já que esses são referências mundiais na pasta cultural. Espero que esse lastro reverbere em outros projetos que garantam o ininterrupto aperfeiçoamento da administração da cultura”, disse a secretária.
Crédito: Paulo Lacerda
Ainda na parte da manhã, os agentes culturais, produtores e gestores públicos presentes discutiram mecanismos de fomento e desenvolvimento da cultura. A mesa reuniu o Superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Felipe Amado e a responsável pelo projeto do Museu Louvre Lens (França), Mélanie Martini.
Crédito: Paulo Lacerda
O Superintendente ressaltou a cultura como um importante vetor para o desenvolvimento econômico, tendo os mecanismos de fomento, como Fundo Estadual de Cultura, como vias para a descentralização cultural. Já a responsável pelo Louvre Lens destacou a concepção de projetos culturais fora dos grandes centros urbanos, como ferramentas para o desenvolvimento social e econômico local.
Leônidas Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura, iniciou os trabalhos da Mesa 3, no turno vespertino. Leônidas ressaltou a importância da inclusão de Belo Horizonte na Agenda 21 e afirmou que, a partir de então, as políticas públicas para a cultura da capital mineira serão balizadas pelas premissas da Agenda 21, que funciona como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
Ao lado de Leônidas, na Mesa 3, estava Philippe Valla, ex-diretor da cultura na Prefeitura de Angers (França). O francês enfatizou a importância da participação da sociedade civil na construção das políticas públicas e propôs uma “emancipação educativa” dos mais jovens, a fim de que eles possam contribuir efetivamente com o processo.
Crédito: Paulo Lacerda
Para fechar o evento, Manuella Machado, Diretora de Interiorização da Secretaria de Estado de Cultura, compôs com Jacques Bonniel, professor da Universidade de Grenoble II e Lyon II (França), a última mesa.
A diretora apresentou as ações da SEC direcionadas para o interior do estado. Nesse contexto, Manuella esmiuçou o programa MINAS Território da Cultura, que aconteceu em 2013 e 2014, e consistiu na maior iniciativa articulada de descentralização das políticas públicas para a cultura em Minas Gerais.
Por último, Jacques explicou os “Territórios vividos”, experiência ocorrida em seu país que convocava os cidadãos a serem agentes ativos de seus espaços, com foco na clarificação das competências de cada lugar.