“Por mais que eu queira pensar que estejas muito satisfeita aí, não posso acreditar que uma mineira, livre filha das montanhas, acostumada a respirar o ar livre de sua terra, possa viver suando 24 horas por dia e ouvindo as conversas estúpidas e insensatas dessas tagarelas fluminenses”. As palavras transcritas não deixam dúvidas do caráter sagaz e audacioso de sua autora, Constança Guimarães, uma jovem ouro-pretana que viveu no final do século XIX.
Constança nasceu em 11 de novembro de 1871, em Ouro Preto, então capital de Minas Gerais. Era filha do poeta e autor do romance A Escrava Isaura, o mineiro Bernardo Guimarães (1825-1884), e de Teresa Maria Gomes Lima. Bernardo Guimarães era ainda tio de Alphonsus de Guimaraens, que viria a se tornar um dos nomes expoentes da literatura simbolista brasileira. Neste ambiente familiar, informado pela literatura e pelas artes da escrita, Constança cresceu e desenvolveu sua escrita arguta e sua visão de mundo cirúrgica.
Para explorar este universo de Constança Guimarães, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), por meio da Diretoria de Museus (Dimus) e do Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, realizam a exposição virtual De Tua, Constancinha - Cartas de Constança Guimarães. A exposição é ainda patrocinada pela Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O título da exposição remete à forma carinhosa com a qual Constança Guimarães encerrava as suas cartas. A exposição poderá ser acessada a partir do dia 28 de dezembro, data simbólica que marca o aniversário de morte da autora.
Na juventude, Constança tinha o hábito de escrever para as suas primas no Rio de Janeiro. As cartas trazem notícias e visões sobre o cotidiano em Ouro Preto e sobre a vida na Escola Normal, onde estudou. Dessa forma, o material oferece uma rica oportunidade de compreender as visões de mundo de uma mulher jovem e letrada nas Minas oitocentistas.
Aos 13 anos de idade, Constança viveu a morte do pai, que foi vitimado pela tuberculose. Pouco tempo depois, Constança sucumbiu à mesma doença, aos 17 anos de idade. As cartas de Constança Guimarães foram conservadas e doadas nos anos 1970 ao Arquivo Público Mineiro, onde são preservadas e disponibilizadas para consulta ao público. Para saber mais sobre o acervo, clique aqui.
MUSEU CASA ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Localizado no coração do centro histórico de Mariana (MG), o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens foi idealizado como uma forma de prestar homenagem ao escritor (Ouro Preto, 1870 – Mariana, 1921), considerado um dos principais autores do movimento simbolista no Brasil.
O Museu Casa Alphonsus de Guimaraens foi inaugurado em 1987, na casa onde o poeta residiu com a família, esposa e filhos, entre os anos de 1913 e 1921. O acervo da instituição é composto por objetos pessoais do escritor, objetos referentes à sua carreira como juiz, fotografias pessoais, sua biblioteca particular, além de documentos textuais, com destaque para os artigos publicados em periódicos, correspondências e versões manuscritas de poemas.
SERVIÇO:
Exposição Virtual “De tua, Constancinha - Cartas de Constança Guimarães”
Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Exposição virtual: http://detuaconstancinha.com.br/
Quando: a partir de 28 de dezembro de 2021
Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Endereço: Rua Direita, 35 – Centro – Mariana/MG. CEP: 35420-000
Contato: (31) 3058-1587| Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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