O Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, receberá às 15h desta terça-feira (28), a apresentação do grupo de pastorinhas do Grupo Estrelas do Sertão da Associação dos Amigos doMuseu Casa Guimarães Rosa. O conjunto faz parte da tradição cultural popular de Cordisburgo e todos os anos, elas visitam lugares onde foram montados presépios e cantam louvores ao menino Jesus.
A apresentação durará cerca de 30 minutos. O grupo, composto por cerca de 30 senhoras bordadeiras entre 50 e 100 anos, realizará a visita no presépio no museu e depois cantarão louvores tradicionais da região. O ato remete a uma tradição de origem portuguesa, iniciada em Minas Gerais no século XVIII e que até hoje ganha força e espaço nas comunidades.
Estrelas do Sertão
O Grupo da Melhor Idade “Estrelas do Sertão” foi criado em 24 de fevereiro de 2003 pela Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa em Cordisburgo. Mães, tias, avós, irmãs são convidadas a se debruçarem sobre mais um desafio, criar um novo tecido, uma trama de um fio mais tênue: o da lembrança vivida.
Esse grupo de senhoras escolheu um nome que as destacasse dos demais grupos. Escolheram as estrelas, aquelas que convidam e guiam para uma visita em um local especial. O local escolhido foi o sertão, esse que ocupa nosso coração universal: “O coração do lugar”.
Essas mulheres da terceira idade se reúnem para conversar, trocar receitas, fazer ginásticas, cantar, contar casos passados e bordar, bordar de uma maneira simples e afetuosa, frases e imagens extraídas dos textos, da vida e do imaginário das pessoas que fizeram parte da memória e da história.
Museu Casa Guimarães Rosa
O Museu Casa Guimarães Rosa está instalado na casa onde o escritor João Guimarães Rosa nasceu e passou seus primeiros nove anos de vida (1908 a 1917). Localizado na avenida Padre João, 744, no Centro de Cordisburgo, o espaço é um dos principais itens do seu acervo é justamente este imóvel, composto pela residência da família e pela venda mantida pelo seu pai, Florduardo Rosa, o “seu Fulô”. A venda, típico comércio do final do século XIX, tinha como público os vaqueiros que traziam as boiadas para o embarque nos trens da Central. Nessa venda o menino Joãozito conviveu com esses fregueses e pode ouvir suas pitorescas histórias, que certamente estimularam a viva imaginação do futuro escritor.