Galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima também recebem mostras
A Fundação Clóvis Salgado inaugura duas exposições do 2º Prêmio Décio Noviello de Fotografia, que ocuparão a CâmeraSete – Casa de Fotografia de Minas Gerais. As mostras estarão abertas a visitações de 20 de janeiro a 11 de março. Foram contemplados os artistas visuais Chris Tigra (MG) e Matheus Dias (CE), com as exposições “Recostura” e “Campo de Passagem”, respectivamente. Com propostas criativas que reforçam o poder da arte, a nova edição do Prêmio Décio Noviello de Fotografia destaca as lacunas entre passado e presente em que os artistas constroem novas narrativas.
Em Recostura, Chris Tigra expõe em grande escala imagens de mulheres negras escravizadas, trazendo à tona uma memória escravocrata, por vezes renegada, e estruturalmente reproduzida até os dias atuais. Nas fotografias, a artista costura manualmente cordas e ataduras, reconstruindo elos e propondo uma nova forma de enxergar essa realidade.
Já nas fotocolagens de Matheus Dias, estão retratados sua trajetória pessoal e os enfrentamentos e lutas antirracistas e decoloniais, provocando reflexões sobre corpos dissidentes. Campo de Passagem reúne imagens fotográficas recortadas, coladas, sobrepostas, queimadas, unidas a elementos diversos: por meio da intervenção, uma nova realidade é proposta.
Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, a realização do 2º Prêmio Décio Noviello de Fotografia dá continuidade a um programa que valoriza e difunde o trabalho de artistas de todo o Brasil. “Neste ano, consolidamos por meio dessas exposições um dos editais de fomento mais importantes para as Artes Visuais no país. Para nós, é extremamente relevante fomentar a arte fotográfica e estimular a ocupação da Casa de Fotografia de Minas Gerais, espaço essencial dedicado exclusivamente a essa prática”, destaca.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
Galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima
A FCS inaugura outras duas exposições do 2º Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais, que estarão em cartaz nas galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima. As obras estarão em exibição entre 25 de janeiro a 12 de março de 2022.
Foram contemplados os artistas visuais João Angelini (DF) e Erre Erre (MG), com as exposições “Do que fomos feitos e o que deixamos” e “Quero dançar sobre as ruínas dos reinos da escuridão”, respectivamente. Construídas a partir de múltiplos suportes, as mostras contarão com pinturas, desenhos, colagens, gravuras, objetos, apropriações artísticas, site specific, instalações, holografias e fotografias. A nova edição do Prêmio Décio Noviello de Arte Visuais busca refletir, a partir dessa diversidade de suportes, sobre o próprio gesto de se construir arte, investigando linguagens e a potência da materialidade enquanto conteúdo ativo que traz significado por si só.
Em Do que fomos feitos e o que deixamos, João Angelini explora os processos manuais e laborais de criação artística, confrontando-os com os labores dos trabalhadores da nossa sociedade, trazendo discussões sobre ocupação territorial, geopolítica e economia. Já Erre Erre constrói suas ruínas a partir da união de diversos fragmentos artísticos que fizeram parte de toda temporalidade de sua carreira. Quero dançar sobre as ruínas dos reinos da escuridão cria narrativas que se reformulam, a partir das mãos do próprio artista, com o tempo.