Primeira edição do projeto “Encontros com a Arte e a Cultura de Minas Gerais” reuniu atores, gestores e produtores da cena mineira no Palácio da Liberdade
Com a proposta de ampliar o diálogo e a escuta com gestores, profissionais e atores do setor cultural, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), promoveu a primeira edição do projeto “Encontros com a Arte e a Cultura de Minas Gerais”. No Palácio da Liberdade, o subsecretário de Cultura, Igor Arci, se reuniu com representantes do Teatro, para apresentar as iniciativas da Secult, bem como para receber as demandas do segmento.
O encontro contou com a participação da Diretora de Monitoramento e Prestação de Contas da Secult, Janaína Silva, da Diretora de Articulação e Integração Cultural, Natalie Oliffson, de representantes do Conselho Estadual de Política Cultural de Minas Gerais (Consec), do presidente da Rede de Gestores de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Sérgio de Paula, de gestores culturais de outros espaços de Belo Horizonte, artistas e produtores.
Esta primeira edição do Encontros com a Arte e a Cultura de Minas Gerais também tem o objetivo de aproximar o poder público das ações de fomento e fruição artística no estado. De acordo com o subsecretário Igor Arci, o setor teatral tem um histórico de grande participação nos mecanismos de fomento, como a Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Leic) e o Fundo Estadual de Cultura (FEC).
“O primeiro grupo, dos vários segmentos culturais que temos, é o teatro, justamente pelo grande número de propostas inscritas em nossa Plataforma Digital. Isso simboliza a grande mobilização que existe nas Artes Cênicas para que todos os envolvidos nessa cadeia possam usufruir de nossos mecanismos de incentivo. Promover esse encontro e conversar sobre o que já foi feito e o que ainda pode ser executado é muito importante para o trabalho que queremos realizar”, destacou o subsecretário.
Durante o encontro, foram apresentadas aos participantes as iniciativas da Secult para a descentralização das políticas culturais no estado. Um dos exemplos é o edital Desperta Cultura, publicado em 2021. O edital é voltado para a formação e a qualificação dos profissionais da área cultural e disponibilizou recursos diretos do FEC para projetos baseados em ações de pesquisa e documentação, seminários, cursos, oficinas, workshops entre outras atividades.
“O edital Desperta Cultura é fundamental para que possamos efetivar as ações de descentralização e municipalização de recursos da Cultura. É por meio dele que nós também possibilitamos a formação e a qualificação de profissionais da área, destinando montantes que são voltados para iniciativas como Bolsas de Estudo e a realização de cursos, oficinas e outras atividades profissionalizantes”, pontuou Igor Arci. Ele também ressaltou a articulação que vem sendo feita junto à Assembleia Legislativa para a aprovação Projeto de Lei Descentra Cultura Minas Gerais, que propõe alterações significativas na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. “Com as alterações propostas pela Secult, serão criadas condições para facilitar o acesso aos mecanismos de fomento", concluiu.
No encontro, Natalie Oliffson, que também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade, conversou com os participantes sobre a possiblidade de que grupos de teatro, atores e outras companhias possam usufruir, com maior frequência, dos equipamentos culturais que integram o complexo cultural. A Secult irá anunciar, em breve, um chamamento público para ocupação dos mais de 30 centros que fazem parte do roteiro turístico em Belo Horizonte.
“Essa iniciativa, para além de fomentar a arte e a cultura em nossa cidade, tem um diálogo muito interessante com o turismo, pois garante que os espaços que integram o Circuito Liberdade sejam ocupados com diferentes atrações. É um estímulo muito interessante para ampliarmos a transversalidade entre a Cultura e o Turismo. E poder contar com o setor teatral é um excelente início para todos nós”, explicou.
Diálogo e aproximação
A iniciativa da Secult em se aproximar da cadeia produtiva da cultura foi elogiada pela presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões de Minas Gerais (Sated-MG), Magdalena Rodrigues, que ressaltou que as ações da Secretaria têm ajudado a realizar um diagnóstico mais completo da situação do setor cultural no estado. “Muitos produtores conseguiram recursos para projetos com a Lei Aldir Blanc. Isso é muito positivo, e agora as ações devem ser ainda mais concretas para garantir que os recursos possam chegar onde são mais necessitados”.
A atriz Rita Clemente também participou do encontro. Para ela, as iniciativas voltadas à formação não só de artistas, como de público, representam uma grande oportunidade para o fortalecimento da cena teatral em Belo Horizonte e em todo o estado. “A formação de atores e diretores da cena é muito importante para a história do teatro mineiro”, destacou Rita Clemente.
Também diretora e pesquisadora em Artes Cênicas, a atriz disse que as ações devem ser contínuas para que os resultados sejam satisfatórios. “Uma coisa que me chama a atenção é que muitas cidades carecem de formação em cultura. Nós gostaríamos muito que tudo isso possa ser contemplado, e que essa lacuna possa ser preenchida. Eu acho que o edital e as outras ações para descentralização serão muito proveitosas para nós”, afirmou a atriz, que também é diretora e pesquisadora em Artes Cênicas.
Outros Encontros
Em 2021, a Secult deu início a uma série de conversas com o setor do Turismo. No primeiro encontro, realizado em outubro, o tema foi a cozinha mineira. Com mais de 40 chefs convidados, o encontro foi pautado na versatilidade da gastronomia do estado e como o estímulo a esse setor criativo pode potencializar o turismo.
Das deliberações tratadas na reunião, estiveram a busca por projetos no edital Reviva Turismo, já lançado pela Secult, que promoverão a cozinha mineira; a valorização dos povos tradicionais; o ensino da cozinha mineira nas Escolas de Gastronomia do Estado; capacitação de profissionais do setor; uma promoção mais vigorosa mundo afora e a sequência dos trabalhos para que a cozinha mineira se torne Patrimônio Cultural da Humanidade.