No coração da capital mineira, Cine Theatro Brasil Vallourec comemora nove décadas de abertura
Uma parceria memorável celebra os 90 anos de inauguração do Cine Theatro Brasil – o espaço, que é marco da arquitetura e produção cultural belo-horizontina, convida a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), corpo artístico do cinquentenário Palácio das Artes (Fundação Clóvis Salgado), para interpretar um de seus concertos de maior sucesso: Música de Cinema. A OSMG se apresenta sob regência de Sérgio Gomes, no próximo dia 15 (quarta-feira,) às 20h30, no Grande Teatro Unimed BH do Cine Theatro Brasil Vallourec
O repertório é dedicado à obra do compositor John Williams, com obras intimamente ligadas à história do Cine Brasil: trilhas sonoras das sagas Harry Potter e STAR WARS, além dos longas Indiana Jones, Superman, Jurassic Park e A Lista de Schindler. Os concertos contam, também, com a exibição simultânea de imagens de alguns filmes, e participação especial de integrantes de vários fã-clubes, ao melhor estilo cosplay. Os ingressos já estão à venda no site e na bilheteria do teatro (Av. Amazonas, 315 – Centro).
Ainda como parte das celebrações de nove décadas do Cine Brasil, reforçando a parceria da instituição com a Fundação Clovis Salgado, no dia 20 de julho, o Coral Lírico de Minas Gerais se apresenta gratuitamente na Praça Sete, em frente do Cine. Já no dia 29 de julho, a OSMG apresenta novamente o concerto Música ao Teatro. “Queremos convidar as pessoas a celebrar conosco a história desse importante centro cultural que até hoje é um importante centro cultural que movimenta a cultura e a arte da capital mineira. A cidade se apresenta no Cine Brasil, e queremos dividir isso com o público”, reforça Sandra Campos, gerente do espaço. Ela lembra que, além das apresentações, o público pode desfrutar de um novo Café, com novo horário de funcionamento e cardápio reformulado.
Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, é uma grande alegria celebrar os 90 anos de um espaço cultural tão importante para a cidade, como o Cine Theatro Brasil Vallourec. “Nos orgulhamos muito por estarmos juntos nessa comemoração. São espaços parceiros, instalados no eixo da Avenida Afonso Pena, e que têm importante atuação cultural no Centro de Belo Horizonte, com programação de qualidade e a preços populares. Desejamos vida longa ao Cine Theatro Brasil Vallourec”, comemora.
O concerto Música de Cinema é realizado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas, Cine Brasil Vallourec, Instituto Cidades Criativas, APPA – Arte e Cultura e pela Fundação Clóvis Salgado. O concerto tem apresentação da Cemig e como patrocinadores o Instituto Unimed BH (pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores), ArcellorMittal, AngloGold Ashanti e Usiminas por meio da Lei Federal e Estadual de Incentivo à Cultura, além do apoio cultural do Instituto Hermes Pardini.
Um pouco de história
Na Belo Horizonte dos anos 30, o crescimento econômico provocou uma mudança na ocupação do centro da cidade: a área até então destinada a residências passou a receber prédios comerciais. Com o aumento da densidade populacional, a jovem capital projetada por Aarão Reis se viu também diante do fenômeno da verticalização, e cada vez mais, os grandes edifícios passaram a fazer parte da paisagem. É nesse cenário de efervescência urbana e cultural – com a vida noturna agitada dos cassinos, teatro de revista, bailes e salas de cinema – que surge o Cine Theatro Brasil, em 14 de julho de 1932.
Pioneirismo sempre foi um dos sobrenomes do Cine Theatro Brasil. O primeiro prédio da cidade sob a influência do estilo Art Déco, projetado por Alberto Murgel, é ainda uma referência para a arquitetura urbana moderna e um marco para BH. Inspirado na tradição francesa que apostava em volumes geométricos bem definidos, pouca ornamentação e vitrais de ferro e vidro martelado, a construção também rompeu barreiras ao utilizar concreto armado, importado da Inglaterra. Seu estilo arquitetônico abriu caminho para novas construções das décadas seguintes, incluindo as sedes da Prefeitura Municipal e dos Correios. Ao lançar essa tendência, o Cine desempenhou ainda papel fundamental e tornou Belo Horizonte uma das cidades brasileiras de referência no estilo Art Déco.
Inaugurado como o maior cinema do país, as telas do Cine Brasil receberam os principais filmes que marcaram a fase áurea da produção cinematográfica. Após as sessões de estreia do filme Deliciosa (romance musical estrelado por Janet Gaynor e Raul Roulien), que reuniram 5 mil pessoas, a programação variada do Cine exibiu ainda produções como E o Vento Levou (exibido em novembro de 1940, por dez dias consecutivos), o desenho Branca de Neve, e Aviso aos Navegantes, filme carnavalesco da Atlântida com Oscarito e Grande Otelo.
Durante alguns anos, o Cine Theatro Brasil foi também o prédio mais alto da capital. Com seus oito andares, atraiu turistas e moradores que pagavam ingresso para visitar o terraço e avistar toda a Serra do Curral. O Cine Theatro Brasil tornou-se também ponto de encontro da sociedade belo-horizontina e recebia os tradicionais bailes de carnaval que aconteciam nos foyers. Além do antigo teatro com 1.827 lugares, por muitas décadas o prédio abrigou salas comerciais e espaços tradicionais como o Bar Brasil e o primeiro Restaurante Popular de Minas Gerais, inaugurado por Juscelino Kubitschek em 1952.
Com o surgimento dos shoppings centers e dos novos hábitos de lazer e consumo, as salas de rua começaram a entrar em declínio em todo o Brasil e, em 1999, o Cine Brasil encerrou suas atividades com a exibição de “O Especialista”, de Sylvester Stalone.
Em 2006, a Fundação Sidertube adquire o prédio e inicia o processo de restauração, com o intuito de transformá-lo em um novo centro de cultura para a população de Belo Horizonte. Após sete anos de trabalho, em 2013 o Cine Theatro Brasil Vallourec é reinaugurado e reaberto com uma das exposições de maior sucesso na capital mineira: Guerra e Paz, de Cândido Portinari.
OSMG e Sérgio Gomes
Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Seu atual regente titular é Silvio Viegas. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013 e participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, em diversos projetos na capital e interior.
O maestro Sérgio Gomes é graduado pela UFMG em 1997. Nascido no estado do Rio de Janeiro, ele iniciou seus estudos musicais com o pai – o maestro Sebastião Gomes – e em 1981, foi convidado a participar da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais como primeiro trompista e solista. Esteve à frente da OSMG na Série Sinfônica no Museu, Concertos Educativos, Concertos no Parque, Concerto na Cidade, Sinfônica ao Meio-Dia, Sinfônica em Concerto e Sinfônica Pop. Sérgio é o primeiro trompista solista da OSMG.
Programa
Harry Potter – e a Pedra Filosofal
Tema de Hedwig
A pedra filosofal
Nimbus 2000
As Maravilhas de Harry
Indiana Jones
Superman
Jurassic Park
A lista de Schindler
Star Wars – Suíte para Orquestra
Título principal
Tema da Princesa Leia
Marcha Imperrial (tema Darth Vader)
Tema Yoda
Sala do Trono & Título Final
Serviço
90 anos - Cine Theatro Brasil Vallourec
Concerto especial Orquestra Sinfônica de Minas Gerais - Música de Cinema
Regência - Sérgio Gomes
15 de junho (quarta-feira) | 20h30 | Grande Teatro Unimed BH
Ingressos: R$:40,00 (inteira) / R$20,00 (meia) | Vendas no site e bilheteria do teatro (Av. Amazonas, 315 – Centro)
Informações: (31) 3201.5211