Iniciativa, que revisita a obra do nome mais importante da música modernista no Brasil, acontece nos dias 1º e 2 de julho, às 19h, na Sala Juvenal Dia. Evento é gratuito, com retirada de ingressos na bilheteria do Palácio das Artes 30 minutos antes das apresentações
Com aproximadamente duas mil peças escritas, Heitor Villa-Lobos é considerado o compositor mais prolífico e importante do Brasil. Para evidenciar o legado, revisitar a obra e a importância do músico carioca na contemporaneidade, em especial na música mineira, a Fundação Clóvis Salgado realiza nos dias 1º e 2 de julho, às 19h, o evento INSTRUMENTAL VILLA-LOBOS. A programação é presencial e acontece na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. O evento é gratuito, com retirada de ingresso na bilheteria do espaço 30 minutos antes das apresentações.
O INSTRUMENTAL VILLA-LOBOS conta com a participação de músicos mineiros que interpretam ao vivo obras do compositor modernista. Fernando Araújo, Renata Xavier, Celso Faria, Patrícia Valadão e a família Barros são alguns dos nomes que participam do evento. “Tivemos a felicidade de fazer convites não só pela técnica e qualidade musical dos artistas. Convidamos músicos que gostam de tocar, que têm prazer em participar desse tipo de inciativa”, pontua Carminha Guerra, curadora do evento e proprietária do selo Karmim.
Os concertos levam ao público interpretações de “O canto do Cisne Negro”, “Bachianas Brasileiras“, os “Prelúdios I, II, III, IV, e V”, além de outros clássicos do compositor carioca. “Trouxemos para as apresentações o violoncelo, que foi primeiro instrumento que Villa-Lobos estudou. Teremos no programa um quarteto musical, com um arranjo primoroso elaborado por Eliseu Barros para a composição “A lenda do caboclo”. Também haverá a execução do “Quinteto Instrumental I, II e III”, uma peça pouco explorada que leva harpa no formato. Contamos ainda com os músicos Renata Xavier, na flauta, e William Neres, no violoncelo, para a execução de “Assobio a jato”, revela Carminha.
A programação ainda traz o flautista Mauro Rodrigues e o contrabaixista Enéias Xavier, que interpretam peças de compositores que influenciaram Villa-Lobos, como Bach. A dupla também realiza releituras de obras de Pixinguinha, Garoto e Tom Jobim, que trazem em suas composições a influência significativa do compositor carioca.
Com traços marcantes da cultura brasileira, Villa-Lobos trouxe novas concepção estéticas para tradicionais peças musicais. Carminha Guerra, acredita que a música pode ser dividida em antes e depois do artista. “Ele foi um expoente do modernismo e se tornou uma referência mundial. Villa-Lobos traz o Brasil para a música, interpreta nossa brasilidade com quartetos, quintetos e obras para o violão”, explica Carminha.
Na vanguarda da experimentação, Villa-Lobos incorporou o violão em suas composições numa época em que o instrumento era tido como algo menor dentro da música, inclusive associado à marginalidade. “Ele leva o violão, como raiz do povo brasileiro, para as grandes orquestras. A obra musical composta em cordas é uma referência no mundo inteiro, principalmente os prelúdios”, aponta Guerra.
Músicos convidados
MAURO RODRIGUES
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de novembro de 1956. Iniciou seus estudos de música na FEA (Fundação de Educação Artística). Graduado em flauta pela Universidade Federal de Minas Gerais, estudou ainda com os professores Antônio Carlos Carrasqueira (SP), Bettine Clemen (USA) e Odete Ernest Dias (BSB). É Mestre em Musicologia pelo Conservatório Brasileiro de Música. Atua como instrumentista e arranjador em concertos e gravações com artistas como Toninho Horta, Hermeto Paschoal, Paulinho Pedra Azul, Tavinho Moura, Paulo Moura, Nelson Aires, Juarez Moreira, Iuri Popoff, Beto Guedes, Lô Borges, Markú Ribas, Roberto Corrêa, Babaya, Adélia Prado, dentre outros. Atualmente, é professor assistente na EMUFMG.
PATRICIA VALADÃO
Natural de Ipatinga - MG, professora da UEMG - Universidade Estadual de Minas Gerais. Pianista e cravista, bacharel e também mestre em piano pela UFMG. Aluna do professor Miguel Rosseline. Como pianista, solista, apresentou-se em importantes salas de concerto, em alguns estados brasileiros e fora do país. Patrícia ocupa o posto de pianista oficial dos concursos Internacionais de Canto Bidu Sayão e Luisa Todi, em Setubal, Portugal, desde 2001. Tem-se destacado, ao longo de uma década, como co-repetidora de cantores e instrumentistas de naipes diversificados. Participa regularmente em produções de ópera e concertos sinfônicos.
FAMÍLIA BARROS
Nascidos em família de músicos, os irmãos Elias, Eliseu, Alexandre, William, Gláucia Barros iniciaram seus estudos musicais, ainda crianças, com o próprio pai. São todos músicos premiados em diversos concursos de solistas; possuem grande experiência como concertistas, em orquestras, e, ainda, como professores. Atualmente, se juntou ao grupo musical familiar o violocelista Lucas Barros, de apenas 14 anos, e que é filho de Gláucia. Lucas, apesar da tenra idade, foi vencedor do concurso Jovem Solista, promovido pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, por dois anos consecutivos: 2010 e 2011. Já solou, ainda, com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sob a regência do maestro Fábio Costa, em 2009.
RENATA XAVIER
Iniciou seus estudos de música aos sete anos de idade, no Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, sua cidade natal. Em 1999, ingressou no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista-UNESP, concluindo seu bacharelado em 2002, sob a orientação de Jean Noel Saghaard. Também foi aluna de Rogério Wolf. Atuou como solista junto à Orquestra Jovem de Guarulhos, Orquestra de Câmara da UNESP, Orquestra Ouro Preto e Filarmônica de Minas Gerais.
CELSO FARIA
Nascido em Passos (MG) no ano de 1979, Celso Faria iniciou seus estudos musicais, de maneira autodidata, aos dez anos de idade. Em 1994, ingressou no “Curso de Formação Musical” da Escola de Música da UFMG, estudando na classe do professor José Lucena Vaz. Na UFMG obteve o título de bacharel em violão, sob a orientação do professor Fernando Araújo. É especialista em Música Brasileira – Práticas Interpretativas pela Universidade do Estado de Minas Gerais e Mestre em Performance Musical pela UFMG. Também estudou violão com Beto Davezac, na Fundação de Educação Artística (Belo Horizonte) e música de câmara com Norton Morozowicz, na UERJ CLÁSSICA, parceria UERJ/ Universidade de Música de Karlsruhe - Alemanha (Rio de Janeiro).
É o idealizador, produtor e apresentador do ciclo de entrevistas “O Charme do Violão Mineiro”, que ocorre toda semana no seu canal do YouTube, enfocando a cadeia produtiva ligada ao violão em Minas Gerais. Como produtor cultural, Celso Faria tem realizado diversos espetáculos no estado de Minas Gerais. Sua produção fonográfica/audiovisual incluem os álbuns Romancero Gitano, com o Coro Madrigale (selo independente, Belo Horizonte, 2006); 100 anos de ArthurBosmans (selo “Minas de Som”, Belo Horizonte, 2011); Recital Mineiro - obras de Carlos Alberto Pinto Fonseca e Arthur Bosmans (selo independente, Belo Horizonte, 2019),que teve turnê de lançamento em 23 cidades de Minas, e Manuscritos de Buenos Aires - Obras de Francisco Mignone, com o soprano Mônica Pedrosa e o violonista Fernando Araújo (selo “SESC-SP”, São Paulo, 2021); e o DVD que acompanha o livro Caminhos, encruzilhadas e mistérios, de Turíbio Santos (selo “Artviva”, Rio de Janeiro, 2014).
WILLIAM NERES
Graduação em música pela Universidade Federal de São João Del-Rei (2014) e aperfeiçoamento pela École Normale de Musique de Paris/ Alfred Cortot (2015). Atuou nas Orquestras: Filarmônica de Minas Gerais, Sinfônica de Pouso Alegre, Jazz Sinfônica de São José do Rio Pardo e Sinfônica de Poços de Caldas. Suas participações em master classes incluem aulas com Helga Hinold, Dmitry Kouzov, Roland Pidoux, Victor Uzur, Matias de Oliveira, Jeffrey Lastrapes, Hugo Pilger, Márcio Carneiro, Fábio Presgrave, Robert Suetholz e outros. Foi premiado nos concursos: Concurso Nacional de Cordas Paulo Bosísio (Pró Música/UFJF), Prêmio Eleazar de Carvalho (Festival Campos do Jordão), Série Jovem Músico BDMG (BH), Programa Segunda Musical (BH) e Concurso Música XXI (UFSJ).
CLÉMENCE BOINOT
Nascida em Cergy-Pontoise, na França, a musicista estudou na Haute École de Musique de Genebra sob orietnação de Florence Sitruk, concluindo o bacharelado em 2013. Possui mestrado em Soloist Performance. É Harpista Principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2017. Membro-fundadora do grupo Ensemble Caravelle, premiado na categoria Music and Stage Art pelas Universidades de Alta Especialização do Oeste da Suíça. Clémence participou de apresentações em espaços como a Sala Santa Cecilia em Roma, Opera di Firenze, Philharmonie de Paris, Sala Minas Gerais, Theatro Municipal do Rio, Victoria Hall de Genebra e Abadia de Romainmôtier.
ENÉIAS XAVIER
Nascido em Belo Horizonte, o baixista, pianista, compositor e arranjador Enéias Xavier venceu o III Prêmio BDMG-Instrumental e, na mesma edição, foi eleito pelo público com a Melhor Apresentação da Noite. O multi-instrumentista gravou com nomes importantes da música nacional e internacional, como Flávio Venturini, Nelson Ângelo, Maria Schneider, Nenê, Chico Amaral, Vinícius Dorin, Paulinho Trompete, Márcio Montarroyos, Hélio Delmiro, Robertinho Silva, Lincoln Cheib, Idriss Boudrioua, Alexandre Carvalho, Wilson Lopes, Beto Lopes, Harvey Wainapel, Eileina Willians, Mark Lambert, Vana Gierig, Rogério Boccato, Proveta, Teco Cardoso, Túlio Mourão, Sandro Haick, Paulo Russo, Celso Adolfo, Juarez Moreira e Fredera. O músico é um dos mestres da Bituca – Universidade de Música Popular em Barbacena-MG. Cujo padrinho é Milton Nascimento. Enéias Xavier tem no currículo os albuns “JAMBA” e “O peregrino”.
O Modernismo em Minas Gerais
O Modernismo como trajetória histórica e cultural é fonte rica e inesgotável: deve ser vivenciado, revisitado, apreciado e preservado. Com essa premissa, o programa O Modernismo em Minas Gerais reconstitui a trajetória do movimento artístico considerado o mais marcante do século XX no Brasil.
O projeto percorre o núcleo modernista formado em Minas Gerais, principalmente Belo Horizonte, a partir da década de 1920 e evidencia a participação dos mineiros no movimento e suas contribuições em nível nacional. O programa pretende fazer com que o público entre em contato com as contribuições dos artistas nas mais diversas expressões e linguagens culturais, bem como as consequências do movimento nos mais variados domínios da arte.
O programa O Modernismo em Minas Gerais é uma parceria entre o Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, a Fundação Clóvis Salgado, A APPA Arte e Cultura e o Ministério Público de Minas Gerais. O projeto é financiado com recursos do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP) e executado por meio do Contrato de Gestão com a APPA Arte e Cultura.
Imagem: Gui Machala