O Consórcio Nova Serraria, formado pelas empresas Revee (Real Estate Venues & Entertainment Participações) e Integritate, venceu o edital de concessão da Serraria Souza Pinto, antes gerida pela Fundação Clóvis Salgado (FCS). O valor pago para a assinatura do contrato, que dará direito à vencedora a explorar comercialmente o espaço por 20 anos, foi de R$650 mil. A Sessão Pública aconteceu na segunda-feira (25/3), na Sala Juvenal Dias, do Palácio das Artes.
O contrato de concessão viabilizará reformas significativas na Serraria Souza Pinto. Os investimentos previstos para a infraestrutura do imóvel somam, no mínimo, R$ 7 milhões, incluindo intervenções obrigatórias e ciclos de reinvestimentos a cada 5 anos. O presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, destaca que a Fundação Clóvis Salgado se orgulha de ser a primeira instituição do Brasil a realizar uma concorrência nos moldes da Nova Lei de Licitação e Contratos (Lei nº 14.133/21).
“É também motivo de muito orgulho o modelo arrojado de concessão de um equipamento cultural e de eventos que vai modernizar a relação com o público, o patrimônio e o setor da economia criativa em Belo Horizonte. Além disso, sempre é importante destacar que a FCS continuará cuidando do fomento, produção e difusão das artes no âmbito estadual, além de gerir e fiscalizar o contrato de concessão da Serraria. Após a finalização do período contratual, o Estado voltará à gestão operacional do ativo público, incorporando todas as benfeitorias realizadas no imóvel”, explica Sérgio Rodrigo Reis.
O projeto foi estruturado pela Fundação Clóvis Salgado, com o apoio da Seinfra, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Codemge, em conformidade com as diretrizes do Governo do Estado. O secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais, Pedro Bruno, ressalta que o projeto não trata da privatização da Serraria Souza Pinto, mas sim de sua concessão. “Este é um modelo em que o governo ainda mantém propriedade e controle sobre a infraestrutura e serviço prestado, como gestor do contrato, enquanto na privatização a propriedade e operação passam a ser exclusivas do setor privado. A concessão da Serraria Souza Pinto representa uma oportunidade para revitalizar um patrimônio histórico, estimular o desenvolvimento econômico local e preservar nossa cultura para as futuras gerações”, considera.
O consórcio vencedor da licitação ficará responsável pela elaboração e gestão direta ou indireta de produtos, serviços, espetáculos, shows e demais eventos em geral, assim como pela eventual exploração de outras atividades econômicas relacionadas ao objeto, tais como bares, lanchonetes, restaurantes, lojas e camarotes, ampliando a vocação turística do equipamento. Leonardo Donato, procurador e diretor-financeiro da empresa Revee, integrante do consórcio, ressalta a experiência de gestão de espaços como o Ginásio de Esportes Castelo Branco (Gigantão) e a Arena Fonte Luminosa – ambos em Araraquara, São Paulo –, onde ocorrem shows de artistas como Roberto Carlos e Fábio Porchat, além de grandes eventos em datas comemorativas. O grupo reúne ainda executivos que já trabalharam na gestão de importantes espaços como o Allianz Parque, em São Paulo.
“O consórcio nasceu com essa ideia, de pegar ativos em determinadas localidades do Brasil e ser um polo artístico. Aqui é um grande exemplo. Belo Horizonte já estava nos nossos planos, e aqui conseguimos um ativo sensacional, com uma grande estação de metrô ao lado. O primeiro item que vamos reformar é o ar-condicionado, e logo depois uma nova pintura. Já a terceira parte será a mudança na localização dos camarotes, para que o público desse espaço consiga acompanhar os shows e espetáculos com mais tranquilidade, além da retirada das divisórias e de aprimoramento da climatização. Teremos que fazer ainda outras benfeitorias, como limpeza e reparo no teto. Estimamos que no início de junho já estaremos aqui para começar os trabalhos”, adianta Donato.
Foto: Paulo Lacerda