Com os sons festivos de Franz Liszt e a profunda reflexão de uma das mais célebres obras do repertório de Gustav Mahler, a Filarmônica de Minas Gerais realiza, em 2017, sua décima temporada. Nos concertos dos dias 16 e 17 de fevereiro, na Sala Minas Gerais, às 20h30, a Filarmônica realiza a abertura dessa importante temporada interpretando o poema sinfônicoFestklänge,de Liszt, e a Sinfonia nº 5 em dó sustenido menor, de Mahler. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra. Ingressos entre R$ 40 (inteira) e R$ 105 (inteira).
Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O palestrante será Werner Silveira, percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador da iniciativa. Na ocasião, as pessoas saberão que, ao invés de uma carta, Mahler escreveu uma música como testemunho de seu amor por Alma Schindler, com quem viria a se casar. Trata-se do Adagietto, quarto movimento da Sinfonia nº 5, obra que começou a ser escrita no verão de 1901. No inverno anterior, o compositor havia conhecido, e se apaixonado, pela jovem Alma. Ficaram noivos no outono e se casaram em março de 1902, data de conclusão da peça. A Sinfonia descreve sentimentos díspares que vão da tragédia à leveza e ao triunfo.
Para o maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais, a Temporada 2017, a décima, "marca o sucesso que a Filarmônica tem tido na sua missão de oferecer música de qualidade a um público cada vez maior, dentro e fora de Belo Horizonte. Nossos assinantes crescem a cada ano; vários de nossos concertos têm estado lotados, obrigando-nos a duplicar apresentações, além da programação estabelecida; nossas séries educacionais, como os Concertos para a Juventude, também têm se esgotado. Isso mostra o interesse da sociedade mineira pela Filarmônica, desde os mais jovens aos mais velhos, e a confiança no trabalho que realizamos."
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio do Mercantil do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.
O repertório
Franz Liszt (Hungria, atual Áustria, 1811 – Alemanha, 1886) e a obra Festklänge, Poema sinfônico nº 7 (1853)
Franz Liszt nasceu em Raiding, então Doborjan, na Hungria. Pianista precoce, foi levado a Viena, pelo pai, a fim de se desenvolver musicalmente. Estudou piano com Czerny, amigo e intérprete de Beethoven, e composição com Salieri. Aos 12, chega a Paris, onde inicia carreira europeia como solista e compositor e passa a conviver com Chopin e Berlioz. No centro de sua imensa contribuição ao Romantismo europeu está o poema sinfônico, que se inspiram em temas, literários ou vindos de outras sugestões, mas se valem deles sem literalidade ou descrição, apenas evocação e sensação. A música programática sempre teve exemplos ilustres, mas a grande invenção de Liszt foi uma alternativa à Sinfonia, cuja estrutura formal clássica ele considerava esgotada. O artista compôs treze poemas sinfônicos, dentre os quais o de nº 7, Festklänge (Sons festivos), estreado, em novembro de 1854, no teatro de Weimar, sob sua regência. Na obra, fica claro o princípio da grande variação beethoveniana.
Gustav Mahler (Boêmia, atual República Tcheca, 1860 – Áustria, 1911) e a obra Sinfonia no 5 em dó sustenido menor (1901/1902)
Espírito conturbado, dedicado a reflexões filosóficas e regente de prestigiosa carreira, Gustav Mahler estabelece amplos diálogos em sua obra sinfônica. Trata-se de trama em que traços autobiográficos, obras dirigidas por ele e melodias e danças austríacas se confundem, de maneira a plasmar significados que desafiam a interpretação. Em 1901, no auge de intensas atividades profissionais, Mahler apresenta graves problemas de saúde. Datam dessa época a Quinta Sinfonia e o ciclo Kindertotenlieder. Características já presentes em obras anteriores ganham ênfase, como pressentimentos de morte; contrastes violentos entre temas e texturas de grande densidade, contrapostas ao emprego camerístico da orquestra. A organização da Quinta já mostra a sua singularidade: a peça é composta em cinco movimentos, mas dividida em três partes. A primeira é uma Marcha Fúnebre em dó sustenido menor, seguida de um movimento em andamento rápido, em lá menor. A segunda parte é um longo Scherzo, em Ré maior. A terceira apresenta um Adagietto, em Fá maior, seguido do Rondo – Finale, na mesma tonalidade do Scherzo. A sucessão de tonalidades é também pouco convencional, se comparada ao repertório clássico-romântico. Na Quinta Sinfonia, em suma, diversas peculiaridades da linguagem composicional mahleriana apresentam-se com evidência.
O maestro Fabio Mechetti
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal.
De lá pra cá:
820 mil pessoas ouviram a Filarmônica ao vivo
641 concertos foram realizados
835 obras foram tocadas
242 compositores brasileiros e estrangeiros foram interpretados
52 estreias mundiais e 11 encomendas foram apresentadas
93 concertos foram realizados no interior de Minas Gerais
27 concertos foram realizados em cidades do Norte ao Sul do país
5 concertos aconteceram em cidades da Argentina e Uruguai
6 álbuns musicais foram lançados, sendo 3 deles internacionais
513 notas de programa foram produzidas
115 webvídeos foram disponibilizados
56 mil fotografias registraram esse desenvolver da história
318 concertos foram gravados
4 exposições temáticas sobre música sinfônica foram montadas
3 livros sobre a formação de uma orquestra foram publicados
1 DVD de iniciação à música orquestral foi criado
92 músicos estão trabalhando
18 nacionalidades convivem em harmonia
60 mil oportunidades de trabalho foram abertas
3.320 assinaturas apoiam a programação artística
7 prêmios de cultura e de desenvolvimento foram recebidos
Agora, em 2017, a Filarmônica inicia sua décima temporada e continua contando com a participação de grandes músicos para celebrar a Música e o respeito conquistado junto ao público.
SERVIÇO
Série Allegro
16 de fevereiro – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
17 de fevereiro – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
LISZT Festklänge, Poema Sinfônico nº 7
MAHLER Sinfonia nº 5 em dó sustenido menor
Ingressos: R$ 40 (Balcão Palco e Coro), R$ 50 (Mezanino), R$ 62 (Balcão Lateral), R$ 85 (Plateia Central) e R$ 105 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.