As galerias do Palácio das Artes abrigam a itinerância da 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva. Nesta edição, chegam à capital mineira projetos de 20 artistas oriundos de 11 países e que dialogam com diferentes suportes em artes visuais. As obras propõem ao público uma reflexão sobre as atuais condições da vida e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas, sejam elas sociais, ambientais ou políticas. Belo Horizonte é a primeira cidade a receber esta que é considerada a maior itinerância da Bienal.
Com curadoria assinada por Jochen Volz (Alemanha), Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México), o recorte da Bienal no Palácio das Artes reúne trabalhos de artistas nacionais como Ana Mazzei, Bárbara Wagner, Dalton Paula, Gilvan Samico, Jonathas de Andrade, o coletivo indígena Vídeo nas Aldeias e Wilma Martins.
Dos artistas internacionais, estão trabalhos de Alia Farid (Kuwait), Carolina Caycedo (Colômbia), Charlotte Johannesson (Suécia), Ebony G. Patterson (Jamaica), Felipe Mujica (Chile), Francis Alÿs (Bélgica), Grada Kilomba (Portugal), Güneş Terkol (Turquia), Mmakgabo Helen Sebidi (África do Sul), Pierre Huyghe (França), Priscila Fernandes (Portugal) e Rachel Rose (EUA).
Com mais esta itinerância, a Fundação Clóvis Salgado renova a parceria com a Fundação Bienal de São Paulo que, desde 2011, tem realizado exposições itinerantes do evento, reunindo mais de 154 mil visitantes em três edições.
Para o presidente da FCS, Augusto Nunes-Filho, essa parceria apresenta linguagem ampla e diversa, com temas que instigam a sociedade. “Priorizamos a reflexão por meio de obras que movimentam a arte", destaca.
Criações a partir do incerto – Sob a temática Incerteza Viva, o recorte que chega à capital mineira reúne projetos desenvolvidos em diferentes suportes como a fotografia, a pintura, a escultura, o vídeo e a instalação. De acordo com Jochen Volz, um dos curadores desta edição, os trabalhos selecionados para a itinerância em Belo Horizonte vislumbram várias propostas de reflexão artística.
“Hoje, um dos papéis da Bienal é servir como plataforma que promova ativamente a diversidade, a liberdade e a experimentação, exercendo o pensamento crítico e propositivo. Estamos comprometidos em garantir e defender um espaço plural, em que perspectivas autônomas possam dialogar. Acreditamos enfaticamente no papel transformador da arte, na medida em que ela comporta de forma intrínseca uma integração do pensar e do fazer, da reflexão e da ação”, aponta.
Volz também explica que o tema Incerteza Viva pode ser interpretado como uma metáfora às constantes transformações sociais e culturais como o aquecimento global e seu impacto sobre nossos hábitats, a extinção de espécies e a perda de diversidade biológica e cultural, instabilidade econômica e política, a injustiça na distribuição dos recursos naturais do planeta, a migração global e a assustadora disseminação da xenofobia, entre outras. Segundo o curador, esta edição da Bienal se funda na convicção de que, para enfrentar objetivamente as grandes questões de nosso tempo, é necessário separar a incerteza do medo. “Muitas das obras presentes, tiveram muita visibilidade na exposição em São Paulo, reproduzidas e debatidas pelo público e pela mídia”, pontua.
Entre as obras, Volz aponta as instalações do coletivo Vídeo nas Aldeias, as esculturas de Ana Mazzei, a videoinstalação de Bárbara Wagner e as pinturas de Günes Terkol como potencializadores das incertezas trazidas pela Bienal. “Queremos oferecer para o público de Belo Horizonte uma experiência com arte tão potente e bonita como foi a de São Paulo. Não fizemos concessões”, aponta o curador.
Destaques em BH – A série Espetáculo, com esculturas da paulistana Ana Mazzei, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, parte da literatura e do teatro para materializar diversas situações de observação e de encenação do cotidiano. Já os bordados do turco Günes Terkol, em Couldn t Believe What She Heard, também na Grande Galeria, desafiam os imaginários relacionados ao feminino com histórias pessoais ou coletivas compartilhadas por mulheres em oficinas que o artista organiza para seus projetos.
A gerente de Artes Visuais da FCS, Uiara Azevedo, destaca os trabalhos da mineira Wilma Martins (Grande Galeria) e da jamaicana Ebony Patterson (Genesco Murta) como importantes exemplos da arte feminina. Na série Cotidiano, de Wilma Martins, está em evidência o processo de trabalho da artista, que consiste em vários estágios nos quais desenhos e pinturas vêm e voltam para seus cadernos, como revisitações. O vídeo produzido pela brasiliense Bárbara Wagner Estais Vendo Coisas, expõe as singularidades das produções musicais do funk e do romântico. A instalação ficará exposta na galeria Genesco Murta.
Em ... doing what they always do ... (...when they grow up...), Ebony Patterson, traz referências da pintura para compor cenas e retratos que se relacionam com a cultura popular e o forte contexto de violência característico de diversas comunidades em Kingston, Jamaica.
Sobre a 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva – Dando continuidade ao programa de itinerâncias realizado desde 2011, a 32ª edição da Bienal, que recebeu 900 mil visitantes em São Paulo, terá recortes expostos em cidades no Brasil e no exterior em 2017. Seleções de obras viajam às cidades de Campinas/SP, Belo Horizonte/MG, São José dos Campos/SP, Brasília/DF, Cuiabá/MT, São José do Rio Preto/SP, Ribeirão Preto/SP, Garanhuns/PE, Palmas/TO, Santos/SP, Itajaí/SC e Fortaleza/CE. Itinerâncias internacionais já estão confirmadas na Colômbia, no Chile e em Portugal.
32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
Período: 3 de março a 23 de abril
Local: Galerias do Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Informações para o público: (31) 3236-7400
Classificação livre
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