A intervenção será exibida no dia 24 de julho, às 19h, no canal do YouTube da FCS; também haverá um bate-papo com os artistas.
Divulgação FCS
Em 2019, a Cia de Dança Palácio das Artes criou a intervenção (in)tensões, que foi apresentada em alguns espaços da Fundação Clóvis Salgado (FCS). Um trabalho que surgiu de um processo de reflexão sobre os pontos frágeis e pontos seguros do tensionamento individual e interno do corpo de cada bailarino, em uma construção coletiva, através de um jogo de experimentações.“A ideia do nome (in)tensões em parênteses é um trocadilho de palavras para trazer tanto o tensionamento quanto a intenção desse tensionamento”, revela Lívia Espírito Santo, bailarina da Cia de Dança Palácio das Artes e uma das diretoras de (in)tensões – on-line.
Agora, enquanto ação inédita do projeto Palácio em sua Companhia, o desafio foi transportar a intervenção para o ambiente virtual, utilizando um novo formato. Trata-se de um jogo que se atualiza a cada instante. Um improviso entre câmeras, microfones, protocolos, corpos, espaços. Um experimento estruturado em seis momentos, em doze lugares diferentes, com margem de erro de 4 minutos. Cada tela - “janela” - é uma paisagem-passagem possível e um re-corte.
O conteúdo será lançado no canal do YouTube da FCS nesta sexta-feira (24/7), às 19h. No mesmo dia e horário, após a exibição da intervenção, haverá um bate-papo com integrantes da Cia de Dança sobre o processo de criação da obra e o público poderá fazer perguntas. (in)tensões – on-line tem direção das bailarinas Lívia Espírito Santo, Naline Ferraz e Sílvia Maia. Seguindo o conceito do projeto inicial, de 2019, proposto por Cristiano Reis, a intervenção foi pensada para que o elenco masculino fosse dirigido pelas mulheres.
Desafio tecnológico
Em (in)tensões – on-line, a Cia de Dança Palácio das Artes convida o espectador para uma sala de reunião virtual deslocada no espaço e no tempo, em que nove participantes constroem uma dança-cartilha imersa em universos de conflitos pessoais e atropelos tecnológicos. O trabalho foi desenvolvido a partir da inquietação de como produzir um ambiente de trabalho e estudo coletivo em paralelo ao exercício de interação com novas ferramentas e plataformas digitais no contexto de distanciamento social.
“Antes da pandemia, a tecnologia era um suporte artístico pouco utilizado pelos bailarinos da Cia de Dança. Agora, estamos diante desse desafio tecnológico, de mudança de olhar, e também temos a questão de lidar com o sistema. Como a plataforma vai tornar a dança viva, instigante e poética, cumprindo o seu objetivo? Por isso as bailarinas, que dirigem a intervenção, compuseram a dramaturgia a partir da plataforma. Entender o uso da ferramenta foi um estudo fundamental que elas fizeram”, observa Cristiano Reis, diretor da Cia de Dança Palácio das Artes.
Cia de Dança Palácio das Artes
Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado - é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.
A Fundação Clóvis Salgado é uma entidade vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult).