O visitante também ficará fascinado pela igreja São Francisco de Assis, cuja fachada se traduz em uma obra-prima da arquitetura colonial de Minas, mesclando elementos dos estilos barroco e rococó. Projetada por Antônio Francisco Lisboa, que ficou mais conhecido como Aleijadinho, e contendo em seu interior pinturas de Mestre Athaíde, a imponente construção rende fotos dignas de cartão postal, tendo ao fundo as formações rochosas do Pico do Itacolomi.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Marcelo Matte, o resultado da pesquisa serve como incentivo para a continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governo, buscando aliar a preservação do patrimônio ao estímulo da atividade turística. “Minas Gerais já é referência em turismo histórico e agora vem se firmando, também, como importante destino de natureza no Brasil. Além disso, temos uma gastronomia diferenciada, somos um estado bastante seguro, com um povo receptivo e acolhedor. Temos tudo para tornar a experiência do viajante em Minas Gerais cada vez mais prazerosa e temos trabalhado incansavelmente em busca de melhorar os serviços turísticos ofertados no estado, sem perder de vista o cuidado com as nossas riquezas culturais e naturais”, ressalta Matte.
Mosaico de roteiros
Ao seguir as diferentes rotas da Estrada Real, caminho oficial construído pela Coroa Portuguesa para o transporte de ouro e diamantes, o turista também encontra recantos históricos como Congonhas, Diamantina e Tiradentes. Situada a 70 km da capital mineira, Congonhas abriga o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde estão os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão, em tamanho real, pelo mestre Aleijadinho nos últimos anos de sua vida.
Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto. Créditos: Xará
Em Diamantina, cidade que abre as portas para o Vale do Jequitinhonha, as serestas e Vesperatas embalam os passeios dos turistas pelo multicolorido e bem preservado centro histórico, que data do início do século 18. Merecem visita o Passadiço, ou Casa da Glória, e o Mercado dos Tropeiros. Além disso, os fãs de cachoeiras não podem deixar de conhecer as belezas naturais do entorno, como o Parque Estadual do Rio Preto, junto à Serra do Espinhaço.
Tradição e memória convivem em harmonia com a atmosfera cosmopolita que ganhou a pequena Tiradentes após a instalação de eventos de grande porte na cidade, como a Mostra de Cinema e o Festival de Cultura e Gastronomia. Situada a 482 km de São Paulo, Tiradentes foi citada nominalmente por 3% dos entrevistados na enquete.
Os profetas do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Créditos: Xará
Patrimônio natural exuberante
Minas Gerais confirma seu alto potencial para turismo de natureza na pesquisa Datafolha. Na preferência dos entrevistados, o estado aparece em primeiro lugar, empatado com um tradicional destino de natureza do Brasil, a cidade de Bonito (MS).
Parques, Estações Ecológicas, Monumentos Naturais e Áreas de Proteção Ambiental figuram entre as 94 unidades de conservação de Minas. Juntos, eles garantem a proteção de quase 2 milhões de hectares nos três biomas existentes no estado: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.
A atividade turística está efetivada em 17 parques naturais de Minas Gerais. Para incrementá-la, inovando na gestão destas áreas protegidas, foi lançado, recentemente, o Programa de Concessão de Parques Estaduais (PARC). A iniciativa é resultado de parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), o Instituto Estadual de Florestas e as Secretarias de Meio Ambiente e de Infraestrutura e Mobilidade. O intuito é melhorar a oferta de serviços turísticos do Estado, garantindo também a conservação e preservação do patrimônio natural.
Em Minas não faltam exemplos de atrativos naturais que impressionam: em Conceição do Mato Dentro, no Parque Estadual Serra do Intendente, fica a terceira maior queda d’água do país, a Cachoeira do Tabuleiro. Outro destaque é o Pico da Bandeira, o terceiro maior do Brasil e primeiro mais alto acessível, localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa com o Espírito Santo.
Parque Nacional da Serra do Cipó possui atrativos como cacheoiras e trilhas. Créditos: Acervo/Secult-MG
A Secult-MG ainda articula e incentiva, por meio do Programa Minas Recebe, parcerias com agências e operadoras de receptivo locais. Um dos resultados desta ação são roteiros desenhados com o objetivo de tornar a experiência do turista mais proveitosa e cada vez mais segura. O Caminho da Luz, por exemplo, é uma rota de 195 km que tem início na cidade de Tombos e é concluída no Pico da Bandeira. No caminho estão fazendas centenárias, matas, cachoeiras, santuários e antigas estações ferroviárias. O trajeto pode ser percorrido a pé, a cavalo ou de bicicleta, de acordo com a experiência e o fôlego do visitante. Há também a opção de ser feita apenas parte da trilha.
A Serra da Canastra, guardiã da nascente de um dos mais importantes rios brasileiros, o São Francisco, também reserva múltiplas alternativas de passeios. A observação de pássaros é uma das opções, que se torna particularmente especial na região pela variedade de ambientes, o que permite o surgimento de uma vasta gama de vida selvagem. A predominância de campos limpos, cerrado sujo e cerradão com chapadões, além das diferenças de altitude, possibilitam que no Parque Nacional da Serra da Canastra sejam observadas espécies como o papa-moscas-do-campo, tico-tico-do-bico-amarelo, água-cinzenta, gavião-do rabo-branco, papagaio-galego, beija-flor-de-orelha-violeta, dentre muitos outros.
Caminhadas ou cicloturismo são outras atividades propícias para o roteiro da Serra da Canastra, saindo de São Roque de Minas e passando pela nascente do São Francisco, cachoeira Casca d’Anta, e com paradas em mirantes e piscinas naturais. Deve sobrar, claro, tempo para apreciar a gastronomia regional: os visitantes ficarão maravilhados com os famosos e premiados queijos da Canastra.
No Parque Nacional da Serra do Cipó, localizado a 98 km de Belo Horizonte, na parte sul da Cadeia do Espinhaço, as duas principais atrações são o Cânion das Bandeirinhas e a Cachoeira da Farofa. Em cerca de três dias é possível fazer o roteiro conhecido como Travessia Alto Palácio – Serra dos Alves, que possui 40 Km e cruza o Parque na direção predominante Norte-Sul. O trajeto promete fauna e flora variadas, e belezas naturais como a Cachoeira dos Cristais. O ponto de chegada, Serra dos Alves, é uma comunidade pitoresca que data de aproximadamente 1850, quando bandeirantes começaram a explorar ouro e cristais na região. A comunidade também guarda um valioso patrimônio arquitetônico tombado pelo município de Itabira.